O ESTUDO INTERVENCIONAL LOLLI
Foi concebido um estudo Intervencional Lolli, com o fim de avaliar a estratégia emergente baseada na testagem de amostras de saliva, o Lolli Methode, bem como os aspetos epidemiológicos, medidas de prevenção e efeitos psicológicos da pandemia de SARS-CoV-2 nas escolas.
OBJECTIVOS DO ESTUDO DE INTERVENÇÃO LOLLI
Objetivos primários
Determinar se o rastreio regular com testes de saliva (Lolli-Methode) é útil para manter as escolas abertas em período pandémico, mediante a redução dos surtos e taxas de ataque nas escolas, comparando com a vigilância regular baseada em sintomas (standard of care).
Objetivos secundários
- Determinar a prevalência de novas variantes de SARS-CoV-2 nas escolas, frequência e tamanho dos surtos e taxas de ataque em meio escolar, comparando diferentes vagas, estatuto socioeconómico e distância à escola/aspetos de mobilidade.
- Investigar a dimensão psicológica relacionada com as medidas de prevenção e ensino à distância dos alunos e professores, tendo em conta o estatuto socioeconómico.
- Investigar as perdas educativas associadas às medidas de prevenção, estado psicológico, estatuto socioeconómico, e caraterísticas demográficas.
- Comparar a efetividade de diferentes protocolos de rastreio de contactos e diferentes medidas de prevenção implementadas nas escolas, tendo em conta as variantes e a vacinação (tais como 1m VS 2m de distanciamento social, medidas preventivas durante a hora do almoço, geração de bolhas, atividades extracurriculares).
- Verificar se os casos positivos em meio escolar foram causados por transmissão na escola e calcular a taxa de ataque secundária no domicílio
- Avaliar a utilidade das escolas como locais sentinela de testagem para a deteção comunitária e controlo da pandemia de SARS-CoV-2.
O LOLLI METHODE
Desenvolvido pelo Instituto de Virologia do Universtity Hospital of Cologne (UHC), o Lolli-Methode é um programa de testagem em Jardins de Infância e Escolas baseado na análise de saliva num pool.
Os alunos, incluindo os bebés, precisam de chuchar com um cotonete, como se de um chupa-chupa se tratasse, durante 30 segundos. Os cotonetes são reunidos num pool da turma, ou seja, os alunos e professores de uma turma são analisados em grupo através de um teste PCR convencional.
A sensibilidade foi avaliada e considerada comparável tanto à da zaragatoa orofaríngea standard como aos testes de saliva simples.
Se os pools forem negativos não se aplicarão medidas adicionais. No caso de um pool ser positivo, todos os alunos e professores do grupo terão de realizar nova testagem Lolli com um novo cotonete, o qual será analisado individualmente.
Dada a reduzida proporção de testes positivos em escolas, esta metodologia é consideravelmente mais acessível, tanto em termos de logística como de custos, quando comparada com a zaragatoa nasofaríngea standard. Os professores e alunos são testados duas vezes por semana, para deteção precoce de infeção, o que poderá ser mais rápido do que a deteção convencional mediante rastreio de contactos.
Depois de uma fase piloto bem sucedida em 32 jardins de infância na cidade de Colónia, em 2021, o programa de testagem Lolli-Methode foi expandido para a totalidade da região alemã da Renânia do Norte-Vestfália e para a região Mexicana de Tabasco, envolvendo um total de quase 4000 escolas.
COMO FUNCIONOU O ESTUDO?
A participação de uma escola no Estudo Lolli, dividiu as turmas da escola de forma aleatória a dois grupos com a mesma dimensão: um grupo, chamado grupo experimental ou grupo Lolli, que seguiu o Lolli-Methode, com uma testagem de saliva em pool duas vezes por semana; o outro grupo, chamado grupo controlo, segiui o standard of care, definido pelas normas da Direção-Geral da Saúde em cada momento.
Foi oferecida à família dos alunos positivos no grupo experimental (Lolli) a possibilidade de fazer testagem por Lolli no domicílio.
Em ambos os grupos de alunos (ou encarregados de educação, caso sejam crianças muito jovens) e professores, foi pedido o preenchimento de um questionário psicológico ao princípio e no final do período do estudo. Foi solicitado também aos professores e famílias o preenchimento de um pequeno questionário semanal com informação complementar.
O estudo foi organizado em dois períodos de 3 meses. Os dados foram analisados por métodos estatísticos/epidemiológicos clássicos avançados e comparados com dados retrospetivos de vagas prévias da pandemia.
Os dados foram também analisados recorrendo-se a métodos avançados de inteligência artificial.
No final do estudo, cada estabelecimento de ensino recebeu um relatório específico com o resultado do estudo “psicológico” da escola.
A participação foi voluntária. Os participantes podiam retirar o seu consentimento para participar no estudo em qualquer momento.